sexta-feira, 6 de maio de 2016

LEIS QUE REGEM A VIDA

LEIS QUE REGEM A VIDA

         Por Swami  Sarvânanda (1922-2000) 


Quando a criança nasce, traz com ela, inscrito no seu akasha individual, um triângulo eqüilátero, cada um dos seus lados representando uma das leias que regem a vida, sua vida desde o nascimento até seu último suspiro. São elas:

                       PASSADO – PRESENTE – FUTURO

Ou seja, se transformadas em função, representam as três forças ativas que giram em torno de si mesmas de eterna ação, e que os yogues determinam como sendo as três divindades que permitem que haja vida no cosmos:

                                      BRAHMA – VISHNÚ – SHIVA


Que, respectivamente, representam as três fases da vida universal:

                   CRIAÇÃO  -   CONSERVAÇÃO –  TRANSFORMAÇÃO.

Em outros termos, e mais próximos a nós que pertencemos à civilização cristã ocidental, estas três forças de vida são sintetizadas no Triângulo acima citado:

                    Providência                               Destino-Karma

                                          Livre-Arbítrio

BRAHMA criou – e continua criando – desde o Passado até o Presente; representa pois o que vêm do Passado e que é inalterável, imutável poder do Pai em se perpetuar na sua própria criação: Karma.


VISHNÚ é quem conserva aquilo que Brahma criou, proporcionando o suporte da perpetuação da criação de Brahma, tornando a vida constante e polarizando-a em torno do  conceito do Presente; é o fato Providencial que permite que as coisas aconteçam.

SHIVA tem a missão de transformar o que Brahma criou e o que Vishnú conserva, levando aos olhos ilusos dos homens o conceito da Morte, preparando assim novo espaço para nova vida.

Ao nascer, a criança é a expressão do seu próprio passado;  traz um caráter original e único que se expressa fielmente nos traços faciais que apresenta e que o acompanharão até o fim de sua existência.

Ao ser gerado, seus genes individuais são acrescidos pelos dos seus pais, transformando assim sua personalidade em híbrida, o que também se grava indelevelmente no seu rosto.

Sua família, ao gerá-lo, constitui o fator Providencial, fornecendo-lhe um novo corpo, a proteção para crescer e se desenvolver, e o impulso para entrar na vida, quando maduro para isto.

Mas, também desde o momento em que o novo ser é gerado e nascido, ele expressa seu Livre Arbítrio ao exigir a alimentação, o cuidado e o aconchego familiar. Mais tarde e na medida em que ele se torna consciente de si estenderá este Livre Arbítrio às ações, às palavras e aos pensamentos, dentro de suas expressões de evolução particular, condicionado pela influencia familiar e influenciado pelo meio ambiente em qual está vivendo como filho, amigo, esposo, profissional.

Este Livre Arbítrio o ajuda a escolher com relativa espontaneidade, sua via de vida  sem sair do rumo marcado pelo Pai, junto com todos os que partiram com ele, em direção à Perfeição que é sua meta e a meta de todos.

Passado, Presente e Futuro são, pois, ao mesmo tempo os agentes do Karma, Livre Arbítrio, e Dharma, que constituem a real e eterna vida do Homem até  ele alcançar a sua Liberdade Transcendental  e que se expressará nele durante  a sua presença na Sexta Raça Humana que deverá habitar o Sexto Continente que deverá surgir do Pacífico.

Retirado da revista “ Nave” , N. 3, 1990, Niterói, RJ


Swami Sarvananda