sábado, 12 de março de 2016

SÉMÈLAS, PAPUS E OS “IRMÃOS DO ORIENTE”

                               
SÉMÈLAS, PAPUS E OS “IRMÃOS DO ORIENTE”
   

                                                  Por Serge Caillet

Os leitores do “L’Esprit des Choses” já conhecem de Dimitri Platão Sémèlas o ritual de recepção de um iniciador livre da Ordem Martinista, publicado aqui mesmo em fac-símile (1) e talvez o tenha reencontrado em Pierre Geyraud, no capítulo de suas “Petites Églises de Paris”, consagrado à “Ordem do Lis e da Águia” (2). A história da própria sociedade, cuja finalidades Geyraud conta a sua maneira , merece um verdadeiro estudo, incluindo seus prolongamentos contemporâneos (3). Mas, por hora, a “Ordem do Lis e da Águia” somente nos interessa através de seu curioso fundador. Nosso interesse incidirá na carreira de Sémèlas na Ordem Martinista, e aos “Irmão do Oriente” ( Frérés d’Orient) do qual se fez o porta-voz junto de Papus.


DIMITRI SÉMÈLAS

A lenda dos ‘Irmão do Oriente’, escreveria Robert Ambelain em 1948, “foi divulgada por um S:: I:: de boa fé, de nome Dupré, que a conhecia por meio de uma tradição verbal de um outro S:: I:: de origem grega chamado Sémèlas. De onde a tirou Sémèlas, nós ignoramos”(4). Em todo o caso chegamos ao coração da questão.

Geyraud nada mais teria feito que sobrevoar a bibliografia de Sémèlas. Comecemos por resumir, sem poder, entretanto confirmar, os elementos contidos na mesma. Nascido no Egito em 1883, Dimitri Platão Sémèlas fez seus estudos de medicina na Universidade de Atenas, começando a praticar o ocultismo, sob a condução de um irmão cujo nome desconhecemos. Retornando ao Egito, Sémèlas se casou e deu vida à um filho chamado Platão. Em 1909, no Cairo, encontra o casal Dupré, Eugéne, funcionário francês à serviço do governo do Egito, e sua esposa Marie. Os três fundaram em 1914 a curiosa “Ordem do Lis e da Águia”.


SÉMÈLAS MARTINISTA

A partir de 1911, nossa informação será de primeira mão, graças ao dossiê de correspondência “Egito” do fundo Papus (5) que compreende as cartas e as memórias de Sémèlas ao Dr. Gerard Encausse, de grande interesse para nosso assunto.

Em 10 de janeiro de 1911 tivemos o pedido de admissão de Sémèlas a O::M:: apresentado a Papus, com algumas linhas de recomendação da mão de um certo Edward Troula. Desde 12 de janeiro, o próprio Sémèlas formula seu pedido em uma carta à Papus que, a 20 de janeiro, foi – lhe respondida por seu secretário para dirigir-se ao Dr. Verzato , então presidente da “Loja-Mãe Hermes” , e delegado da O:: M:: no Egito. Sua iniciação somente serviu de porta de entrada na Ordem, pois, em 7 de junho de 1911, Sémèlas estava feliz ao anunciar à Papus que já era um livre iniciador.

Alguns meses mais tarde, em novembro de 1911, quando Georges Lagréze (6), inspetor principal da Ordem Martinista, chega ao Cairo, Sémèlas presidia a Loja “Templo do Essênio”. Lagréze, que havia obtido o endereço de Sémèlas através de Papus, logo o encontrou, e durante alguns meses trabalharam juntos na propagação do Martinismo no Egito, após terem isolado o irmão Verzato, julgado desonesto.

Em 30 de janeiro de 1912, foi Lagréze quem apresentou à Papus um novo pedido de Sémèlas: “O irmão Sémèlas desejaria ser admitido na Ordem Cabalista da Rosa-Cruz. Poderias dar-lhe as informações necessárias ? Resposta de Papus em nota, à atenção de seu secretário: “são necessários pelo menos 5 anos de Martinismo. Há condições especiais”. Ora, Sémèlas estava longe dos cinco anos requisitados. Lagréze continua: “o irmão Sémèlas prossegue com suas conferências e atualmente trata da parte elementar do astral. Ele vos envia os exemplares. Seguramente este irmão seria um excelente membro da Ordem Cabalística – este diz ainda que não conhece a constituição e os regulamentos da ordem, este irmão “viajou” ultimamente à Paris astralmente e assistiu diferentes reuniões das lojas Martinistas das quais nos forneceu interessantes relatórios.” (7)

OS IRMÃO DO ORIENTE

De nosso viajante astral , leiamos a presente em seu sentido total, e em seu francês hesitante, esta carta à Papus, de 14 de março de 1912, que nos introduz nos arcanos dos “Irmãos do Oriente”.
“ Querido Mestre,

A explicação sobre meu pedido, em uma carta precedente, que enviou, me interessou assim vivamente. As assinaturas místicas que vos colocastes em baixo de sua carta me permitiram de ver que vós vos encontras na verdadeira e única via da tradição venerada dos ”
Em baixo encontrarás anexado uma cópia de um arcano sobre qual a minha Alma e o meu espírito apreciam, meditar e sonhar, com a vista deste arcano meu ser se enche de alegria, acredito que ao vos enviá-lo tenhas as mesmas sensações à sua vista, e serás tão feliz quanto eu, e ficarei muito feliz querido Mestre se me enviasse sua opinião de iniciado sobre o valor filosófico e histórico deste arcano. Espero suas resposta caro Mestre, e saúdo-o fraternalmente. Seu Irmão na 


Sémèlas”
.
“Post scriptum: Não encontras uma analogia entre os seis pontos da O:: M:: : : e o Crisma ( desenho acima). Esta analogia dos seis pontos, entre o labarum e o hexagrama e a Águia de duas cabeças [desenho da águia] , não vos revelam um grande segredo caro Mestre? Que este parágrafo seja secreto entre eu e você, porque caro mestre a responsabilidade de desvelar arcanos parecidos é enorme se esta carta cair em mãos profanas”.

O arcano do qual Sémèlas temia a divulgação seria um selo, reproduzido em branco sobre um suporte de estrela azul, portando nas costas a seguinte menção manuscrita “ Enviado ao F:: Papus pelo F:: Sémèlas em 15 de março de 1912, após ordem dos M::. Segue um curioso desenho:

Quanto ao selo, hei-lo:


Não sei, infelizmente, o que Papus respondeu a seu generoso correspondente. Sem dúvida nada de mais, por que este retornou ao assunto em 26 de abril de 1912, no post scriptum “privado” de uma nova carta, onde pediria à Papus que não mostrasse à seu secretário. Desta vez a questão está clara:

“PS privado: Serei indiscreto caro Mestre em pergunta-lhe por que colocastes o labarum do Sr. Constantino sobre o frontispício das cartas?

“Meu Mestre que vi e que me ensinou a maneira de sauda-lo, me falou muito deste símbolo. Seria indiscreto em perguntar se és um dos nossos? Há quatro anos sou portador deste símbolo sobre meu ventre. Foi meu Mestre quem me forneceu [...] Depois não encontrei mais meu Mestre. Reverencio sua memória e seus ensinamentos. Se tu és um dos nossos, me consolarei falando-lhe sobre os perfumes deliciosos da Rosa e o mistério escondido no selo da Cruz.”.

Em 1908, Sémèlas recebeu portanto de seu Mestre a Iniciação dos “Irmãos do Oriente”, e os símbolos que depois descobriria estampados nas cartas da O:: M::. Mas Papus não pertencia aos “Irmãos do Oriente”. Pois, segundo Lagréze, ressaltado por Robert Ambelain , este último teria recebido este despojo, das mãos do próprio Lagréze, que o recebeu de Sémèlas, por volta de 1914. Neste mesmo ano Sémèlas troca o Egito pela França e é de Paris que endereça à Papus uma nova carta datada de 1916 em plena Grande Guerra.

“ [...] em minha qualidade de

do Oriente do qual desde o último mês de agosto assumi o grande mestrado provisório, até o fim das hostilidades, desejaria ter seu diploma de Mestre Rosa-Cruz Cabalístico, Dr. em Cabala, o que me permitiria de passá-lo a doutrina de nossa Ordem fundada por Constantino o Grande, se desejas se iniciar em nossas práticas que consistem na exteriorização no astral integral e no mental consciente. Espero minhas patentes do Conselho Soberano da Ordem para qual fui nomeado grande mestre provisório, o que me permitiu então de falar com você de uma afiliação à Ordem esotérica que é composta de 72 membros, e a exotérica (ou política) composta de 60 outros membros.”

Infelizmente, Papus deixará seu fatigado corpo, aproximadamente um mês após esta carta de Sémèlas. O que teria lhe respondido Papus? Não sei. Mas ele outorgava-lhe muita confiança para lhe ter entregue, em 1914, uma negociação visando uma aproximação entre a O:: M:: e a Grande Loja Nacional Independente e Regular, que trabalharia com o “Rito Escocês Retificado”. Foi em 1914 também, lembramos, que Sémèlas fundou em Paris a “Ordem do Lis e da Águia”, juntamente com Eugène e Marie Dupré.

Em que consiste esta “Ordem dos Irmãos do Oriente”, da qual Sémèlas teria inicialmente acreditado

que Papus pertenceria , antes de propor sua entrada e apresentação, em 1916, como grande mestre provisório designado por um Conselho Soberano do qual nada sabemos? Robert Ambelain escreveria em 1948 : “Tudo nos leva a crer que Sémèlas seria agente de uma potência política e que os misteriosos “Irmãos do Oriente” foram tirados do esquecimento (ou imaginados) para fins bem .......... temporais”(8). E lembramos que esta é também a opinião de Jean Bricaud. Entretanto, Sémèlas realmente se preocupava muito com o ocultismo, conforme visto, e com o Martinismo. “É um iniciado de grande valor” escreveria Lagréze à Papus, em 1911. Concluo ao menos que Sémèlas cultivava um real desejo de iniciação, mesmo assim sendo – este não seria o caso único ! – as ciências ocultas teriam lhe desviado um pouco a cabeça. Talvez tenha sido manipulado, mas então com qual finalidade e por quem? No caso, a prudência se impõe. Em sua primeira carta à Papus, Sémèlas escreveria: “ Em colaboração de um dos meus amigos, Mr. Jean Mégalophonos, me ocupo há 10 anos das ciências ocultas”. Seria este o Mestre de Sémèlas?


Quanto aos “Irmãos do Oriente”, parece difícil saber o que provêm da imaginação de Sémèlas, e o que se liga a fatos ou lendas anteriores das quais nada mais teria feito que divulgar. (9).

Em todo caso Sémèlas não inventou os “Irmãos do Oriente”. Usaremos para este propósito Jacques- Etienne Marconis de Négre, um século antes dele: “A Ordem do Templo é cosmopolita; é dividida em duas grandes classes ditas: 1a a Ordem do Templo; 2a a Ordem do Oriente.

“A Ordem do Oriente – continua Marconis - deu nascimento à Ordem do Templo, e, por sua vez, tornou-se uma dependência desta; é no antigo Egito onde encontramos o berço da Ordem do Oriente.”

“ Os mistérios e a ordem hierárquica da iniciação do Egito foram conservadas sem alterações pelos FF:: do Oriente [...]”(10)

Mais adiante, Marconis faz alusão ao passar pelo “sistema dos Rosa-Cruzes do Oriente” instituído por Rosenkreutz.....Já que estamos em plena mitologia, seria tempo, de fato do aparecimento dos Rosa-Cruzes.


ROSA-CRUZ DO ORIENTE

Para Robert Ambelain, não haveria ligação entre os “Irmãos do Oriente” e a Rosa-Cruz do mesmo nome (11).

Portanto quando evoca “ os perfumes deliciosos da Rosa e o mistério escondido sob o selo da Cruz” e quando acredita revelar qualquer liame misteriosos entre sua filiação e a O:: M:: de Papus, Sémèlas nos encoraja à acreditar em um parentesco, ou mesmo uma identidade, entre os “Irmãos do Oriente” e a filiação dita da “Rosa-Cruz do Oriente” do qual Robert Ambelain revelou a existência em 1955. (12)

Desta última afiliação, há pouco abrimos o dossiê, relativo a Georges Lagréze, que teria recebido no Cairo em 1912, antes de transmiti-lo à Papus por volta de 1914, e a Robert Ambelain por volta de 1945 (13). Todavia, de uma iniciação da “Rosa-Cruz do Oriente”, Papus não disse uma palavra, e sua correspondência com Lagréze não deixa entendermos nada a esse respeito. Mas nenhuma razão há para supor que Lagréze apenas se gabava, nem para acreditarmos que não teria procurado beneficiar Papus de algum tesouro iniciático recolhido no Egito, como beneficiou mais tarde Robert Ambelain, segundo seu próprio testemunho (14), e sem dúvida alguma alguns outros companheiros.

“ Esta filiação – escreve Ambelain – vêm do Oriente (sem dúvida mais simplesmente da Síria e da Armênia), pela Grécia, se acreditamos em nossas próprias pesquisas e verificações pessoais, apoiados sobre documentos que podemos consultar à título confidencial e que nos foram confiados por um deles, Mikaël in ordine”(15). Mikaël , Lagréze, quem, em 1945, remeteu à Robert Ambelain “um esquema alquimico, uma breve explicação oral, e a iniciação que iria de par com o todo” (16). Foi Lagréze quem lhe transmitiu também o caderno do discípulo, redigido em grego, traduzido por Ambelain, cuja maior parte publicado com o título Sacramentário dos Rosa-Cruzes (17), enquanto remeteu à um pequeno e restrito círculo de irmãos certas orações e fórmulas mais ocultas. “Contamos nos dedos de uma mão – nos confidenciaria Ambelain em 1983 – àqueles à quem, em 35 anos, havíamos transmitido a Rosa-Cruz do Oriente” (18).

Portanto, parece bem que, em Sémèlas, primeiro detentor perfeitamente identificado, a filiação dos “Irmãos do Oriente” e a da Rosa-Cruz do mesmo nome formavam uma unidade. Esta filiação ritual foi propagada, desde Papus, entre os responsáveis pelos diferentes ramos Martinistas. O que não surpreendente, de fato, quando sabemos que Sémèlas já suspeitava que entre seu legado e o de Papus havia um grande parentesco, a ponto deste ter tomado a liberdade de inserir o símbolo maior dos Rosa-Cruzes do Oriente em seu ritual Martinista onde , ao fim da cerimônia de recepção o iniciador levanta diante dos olhos do novo iniciado o véu, que, no fundo do templo, esconde “o laborum de Constantino sobreposto da águia de duas cabeças e asas depenadas (19)?

                                                                             TRADUÇÃO: PSEUDO-SEDIR
                

Túmulo de Dea e Deon (Marie e Semélas)

NOTAS:

1. “l’Esprit des Choses”, no 1, inverno, 1991, pp. 35 – 42
2. Paris, edt Emile-Paul Frérés, ?, pp 194-209. Em 1938, Geyraud retornou ao tema em seu capítulo sobre “Um casamento Místico na Ordem do Lis e da Águia”, Les Sociètes secrétes de Paris, edt Emile-Paul Frérés, 1938, pp 153-155.
3. Veja o capítulo que o consagramos na edição de nosso “Sâr Hieronymus et la FUDOSI,” com o título Les Sârs de la Rose-Croix.
4. Le Martinisme contemporain et ses veritables origines, Paris, Les cahiers de Destin, 1948, pp ?
5. Biblioteca municipal de Lyon, ms 6.486
6. In Serge Caillet , “Queteur de l’invisible le flanc-maçon, martiniste et rosacrucien exemplaire: Georges Lagréze, L’Initiation, abril-junho, 1989.
7. Correspondência: Lagreze-Papus, fundos Papus. BML.
8. Le Martinisme Contemporain
9. Um resumo desta lenda nos é fornecido por Robert Amadou: “Martinisme”, 2a edição, revista e aumentada, Chastel-Arnaud, Instituto Eleazar, 1993, p. 47.
10. La Ruche maçonnique.... p. 21
11. Templiers et rose-croix, documents pour servir à l’histoire de l’iluminisme, Paris.
12. Ambelain, op. cit.
13. Ver nosso artigo sobre Lagréze: L’Initiation, op. ict.
14. “ Si, por uma feliz coincidência, a O:: M:: e os Elus Coen entraram em possessão de documentos autênticos e manuscritos do décimo oitavo século em 1955 [...] foi dez anos antes que a técnica da “via interior” [...] nos havia sido transmitida com uma última iniciação” In Robert, Ambelain, L’Alchimie spirituele, technique de la voie intèrieure, Paris, Diffusion Scientifique, 1961, p 130.
15. Templeriers et rose-croix, op. cit, p. 64.
16. L’Alchimie spirituele, op. cit., p 18
17. Paris, Diffusion Scientifique, 1964
18. Carta à S. C., sem data.
19. “L’Esprit des choses”, no 1, op. cit.



quinta-feira, 3 de março de 2016

NOTAS ESPARSAS SOBRE ZANONI DE BULWER LYTTON



        NOTAS ESPARSAS SOBRE ZANONI DE BULWER LYTTON
                                                                Por Pseudo-Sedir
                                                 “Na escala do cosmos só o fantástico tem condição
                                                                                                de ser verdadeiro.”
                                                                                                                                                                                                                       Teilhard de Chardin

Zanoni é um dos livros mais enigmáticos do mundo iniciático, um romance rosacruziano repleto de mistérios e revelações sobre Seres, trabalhos ocultos e Ordens milenares, ainda ativas e atuando eficientemente para a evolução de seus membros e da humanidade como um todo.

Mas, o que poucos sabem, é que o romance foi inspirado em antiquíssimas Ordens Iniciáticas históricas e personagens também reais. A R+C seria apenas uma cortina de fumaça para despistar os curiosos e profanadores.

Segundo pesquisas, feitas por místicos europeus, há dois candidatos para ser o inspirador do Zanoni: Francesco e Giacomo. Um dos dois, inclusive, fazia generosas doações para a Igreja de Sévres, como consta seu livro de recebimentos.

1. Francesco Zanoni

Francesco Zanoni, pintor hermético da Renascença. Infelizmente, são poucas as informações sobre sua vida. A restauração das pinturas do Palazzo de Pádua foi sua obra mais notória.


No “Palazzo dela Ragione” (Palácio da razão - Pádua, Itália) temos as 360 imagens do zodíaco pintadas por Giotto. Estas figuras foram baseadas no “Tratado de Astrologia” do mago Pietro d´Abano. Em 1420 o Palácio sofreu um incêndio que danificou severamente as imagens de Gioto. Francesco Zanoni refez todas as pinturas, devolvendo sua vivacidade e esplendor.


2. Giacomo Zanoni (1615 – 1682)

Giacomo Zanoni é o mais forte candidato a ser o inspirador de Bulwer Lytton. Viveu no século XVI, na Bolonha, Itália, e era botânico (como o personagem do livro) e, comprovadamente, viajou por vários países, incluindo os orientais.

Como também era herborista, consegue do Senado a autorização para cavar uma cripta onde fabricava remédios, este local, por séculos, foi conhecido como a “Farmacia degli Zanoni”.


Giacomo publicou um famoso tratado de botânica, que ano passado estava sendo oferecido ao preço de 3.800,00 euros!!!





Neste livro Giacomo Zanoni, entre outras curiosidades, descreve uma flor em forma de pássaro, totalmente desconhecida no ocidente à época do livro, o que acabou acarretando a zombaria dos cientistas europeus:





Anos depois a flor foi encontrada no Oriente:





Há inúmeros outros mistérios velados no corpo deste romance. Nada encontramos que se assemelhe a fantasias ou invenções do autor, cuja vida pessoal é encoberta de mistérios e lacunas. Estas pequenas revelações, feitas ao longo da Obra, nos situam em nossa insignificância diante do Cosmo, e propiciam inúmeras questões e perguntas, demonstrando o quanto nada sabemos sobre a vida oculta das Ordens, de seus grandes Iniciados e dos mistérios da Vida.

Bulwer Lytton