domingo, 6 de dezembro de 2020

OS ROSA-CRUZES ESSENCIAIS (tradução revista)

             Os Rosa-Cruzes Essenciais

                                          Paul Sedir (1871 - 1926) **

 

Há seres sedentos de amor e de sacrifício que, após séculos e séculos de lutas e obras, alcançado o ápice da Ciência e do Poder, reintegrados misticamente no esplendor original de sua condição de homens, não podem suportar o espetáculo doloroso de seus irmãos ainda perdidos nos laços da paixão e ignorância. Eles pedem para ser reenviados à Criação e a participarem novamente de suas dores e de suas tentações.

 São missionados, os apóstolos, os místicos puros, os verdadeiros Rosa+Cruzes. Ruysbroek, o Admirável, os chama de crianças secretas do Senhor. Sua doutrina é indizível, pois eles professam que não se deve saber nada sem estar antecipadamente convencido de sua ignorância absoluta. Seu livro é o Evangelho. Sua prática é a imitação de Jesus-Cristo.

 Essa teoria e essa prática parecem simples. Não há outra mais elevada para se conceber e mais difícil de executar. As mais abstrusas especulações dos metafísicos hindus ou as autoridades mais espantosas de seus yogues desaparecem perante a terrível profundidade das máximas e dos ensinamentos evangélicos. Mas esses só podem ser compreendidos por quem já superou, com trabalho e sofrimento, a extremamente limitada natureza humana

 Falar dos Rosa+Cruzes é coisa quase impossível. Eles formam um organismo invisível. Não se deram a si mesmos o qualificativo de “invisíveis”? Cavaleiros do Espírito, eles pertencem somente ao Espírito.

O Espírito os liberta de toda limitação, os eleva acima de toda contingência. Ele os nutre, os inspira, os conforta. Ele os ressuscita após cada uma das mortes inumeráveis que constituem a existência no relativo dos apóstolos de Deus e de Seu Cristo. Vivendo do Absoluto, eles vivem no Absoluto.

                                  

Eles próprios nos fazem compreender o mistério de sua união espiritual, entre si mesmo, através do espaço e do tempo, e da união espiritual com seus pares e êmulos (1), discípulos do mesmo Mestre, devotados ao mesmo apostolado. Conforme o que o Cristo disse a seus discípulos: “Onde eu estiver, vós aí estareis”.

 Mas do mesmo modo que o homem somente sabe captar a divindade em sua manifestação, os homens só podem perceber os Rosa+Cruzes, mensageiros divinos, em suas manifestações. “É sempre em um período crítico que se ouve falar neles. Eles chegam na época e no país onde uma forma social, tendo atingido sua completa realização, tende já a se alterar; quando os esforços lentos e contínuos do espírito humano, em vez de convergirem, como o tinham feito até então, na constituição e na afirmação de um organismo social, de um dogma religioso, de uma síntese científica, começam a divergir e abalam o edifício construído pelas gerações precedentes” (2)”.

 Seu nome é o de sua função.

 Eles podem, se quiserem, ser invisíveis e incógnitos aos homens ; se eles o desejarem, podem viver no meio dos homens e como eles; são livres, mas, de todo modo, se apresentam àqueles a quem vieram socorrer. Adotam os costumes dos países onde se encontram. E, com efeito, podem viver no meio dos homens sem risco de serem identificados; apenas seus pares os reconhecem por uma certa luz interior. O Cristo disse: “O mundo não vos conhece”. É por isso que, quando eles mudam de país, mudam também de nome (3). Eles podem se adaptar a todas as condições, a todas as circunstâncias, falar a cada um em sua língua.

 Eles agem de modo que o que eles têm a dizer seja dito. Aqueles que escrevem ou falam em seu nome exprimem, o mais fielmente que podem, os pensamentos e as inspirações que lhes são transmitidos pela via espiritual.

Do mesmo modo, esses arautos do Absoluto não estão mais preocupados em inspirar seus apologistas do que em refutar seus detratores. Tanto estes como aqueles se comportam conforme são capazes com respeito à luz que têm diante de si mesmos.

 “Estrangeiros e viajantes na terra” (4), não desejam nada do mundo, nem beleza, nem glória, nada além de fazer a vontade de Deus, eles querem levar os fardos dos fracos, reanimar os mornos, restabelecendo por toda a parte a harmonia. Eles passam e o deserto torna-se um prado; eles falam e os corações se abrem ao apelo do Divino Pastor. Eles preparam o caminho para Aquele que deve vir.

 Mas quem conhecerá as fadigas, quem enumerará os martírios sempre desconhecidos que aceitam, em seu imenso amor, esses pastores do Pai, para reconduzir as ovelhas indóceis que somos? O grande Cagliostro o disse nesses termos patéticos: " Eu venho rumo ao Norte, à bruma e ao frio, abandonando por onde passo alguns pedaços de mim mesmo, me esgotando, me reduzindo a cada etapa, mas vos deixando um pouco de claridade, um pouco de calor, um pouco de força, até que eu seja, enfim, detido e parado definitivamente, no fim de minha carreira, na hora em que a rosa florescerá sobre a cruz” (5).                                           

  

 Assim eles têm passado, imperceptíveis, no meio dos homens, para esclarecê-los e levá-los à Vida. Eles são vindos para relembrar as criaturas das palavras pronunciadas nos séculos remotos, para despertar nelas o eco, que tinha se extinguido, das vozes que fizeram vibrar antigamente os seus corações. Eles são vindos para trabalhar em prol da renovação espiritual, da obtenção por esforços cotidianos dessa luz que ilumina todo homem vindo ao mundo e que nós repelimos, que nós obscurecemos pelos nossos desejos egoístas. Essa, têm eles dito, é a única via da regeneração individual, da redenção coletiva.

 A iniciação cristã, com efeito, não tem por alvo, como as iniciações do extremo oriente, de orientação metafísica,  atingir um grau superior de Saber: seu alvo é a Vida. Ora, a Vida é Amor e o pensamento é a imagem invertida da Vida. O amor é o único intérprete verídico da verdade: o amor é a sabedoria suprema, conforme com o que está escrito: “Aquele que ama Deus é aquele que conhece Deus” (1 João, IV,7).

 A organização interior da fraternidade não foi revelada, nem seus segredos. Esses se referiam, exteriormente, à transmutação dos metais, à arte de prolongar a vida, à descoberta de coisas ainda ocultas. Mas os Rosa+Cruzes se passavam por magos a fim de mascarar seu verdadeiro pensamento, seu objetivo primordial: a reforma do mundo, da qual eles eram os agentes predestinados. E é isso que, acima de tudo, impressiona o leitor dos escritos rosacruzes. Mais que os procedimentos que eles apresentavam para obter a pedra filosofal ou o elixir do prolongamento da vida, mais que o método que eles preconizavam para atingir a certa fórmula do saber, os Rosa+Cruzes levaram os europeus do século XVII, arruinados pela guerra, divididos entre o catolicismo e o protestantismo, desagregados em sua mentalidade pelo espírito de crítica, palavras de concórdia e de apaziguamento. No meio do egoísmo universal, eles recordaram aos homens que eles são irmãos, filhos do mesmo Pai; no meio da anarquia crescente, eles falaram do Libertador, eles repetiram que o Cristo desceu e que Ele retornará para reunir em um só corpo Seus serviços dispersos.

 Eis a mensagem trazida ao mundo pelos Rosa+Cruzes:

 

                         ELIAS ARTISTA

 

A Rosa+Cruz essencial existe desde que há homens sobre a terra.

 

Além do Sol amarelo que nos ilumina, há seis outros sóis ainda invisíveis que fazem viver a terra. Nosso Sol amarelo tem o propósito de produzir a assimilação das funções vitais. Um outro Sol, o Sol vermelho, tem por ofício a construção dos corpos terrestres: ele rege a morfologia, as afinidades físicas, químicas, intelectuais, sociais. Esse sol vermelho é a residência do ser que Paracelso, o primeiro aqui embaixo, denominou Elias Artista.

                                            

Elias Artista é o anjo da Rosa+Cruz. Ninguém pode saber quem ele é, nem mesmo aquele sobre o qual ele repousa. Tudo o que se pode dizer é que ele é uma força atrativa, harmonizante e que ele tende a reunir os indivíduos em um só corpo homogêneo.

 Eis como se expressa Stanislas de Guaita:

 “Elias Artista é infalível, imortal, inacessível, sobretudo, às imperfeições como às impurezas e aos ridículos dos homens de carne que se oferecem a manifestá-lo. Espírito de luz e de progresso, ele se encarna nos seres de boa vontade que o evocam. Se eles tropeçam no caminho, eis que o artista Elias não está mais neles.  

“Fazer mentir esse verbo superior é coisa impossível, ainda que se possa mentir em seu nome. Pois cedo ou tarde ele encontra um órgão digno de si (nem que seja por um minuto), uma boca fiel e leal (nem que seja pelo tempo de pronunciar uma palavra).

 “Por esse órgão de sua escolha ou por essa boca de coincidência - que importa? - sua voz se faz ouvir, potente e vibrante dessa autoridade serena e decisiva que empresta ao verbo humano a inspiração do Alto. Assim, são desmentidos na terra aqueles que sua justiça condenou no abstrato.

 “Guardemo-nos de falsear o espírito tradicional da Ordem; reprovados no alto na mesma hora, cedo ou tarde seríamos renegados aqui embaixo pelo misterioso demiurgo que a ordem saúda pelo nome: Elias Artista.

 “Ele não é a Luz; mas, como João Batista, sua missão é a de dar o testemunho da Luz da glória, que deve se irradiar de um novo céu sobre uma terra rejuvenescida. Que ele se manifeste por conselhos de força e que ele desobstrua a pirâmide das santas tradições, desfigurada pelas heterogêneas camadas de detritos e remendos que vinte séculos têm acumulado sobre ela! E que enfim, por ele, as vias sejam abertas para o advento do Cristo glorioso, em cujo nimbo maior desaparecerá - estando sua obra realizada - o precursor dos tempos vindouros, a expressão humana do santo Paráclito, o daïmon da ciência e da liberdade, da sabedoria e da justiça integrais: Elias Artista! (6)  "

                      

Elias Artista de Willian Blake

 Por outro lado, se nós quisermos encarar o sacerdócio de Melquisedeque, cujo sacrifício é a prefiguração da Eucaristia, teremos que nos recordar que os sacerdotes da “Ordem de Melquisedeque” constituem não uma ordem social, mas um sacerdócio cujo sacramento, representado pelo pão e pelo vinho, é o sacrifício de si mesmo ao próximo, por amor a Jesus-Cristo e pela unidade com Ele.

 Em nossa opinião, Elias Artista é uma adaptação do Elias bíblico, que deve retornar no fim dos tempos, com Enoque, para desempenhar seu papel de testemunha do binário universal. Seria prematuro dizer quem foi Elias artista ou quem ele será. Tudo o que é útil saber é que esse nome designa uma forma do Espírito da inteligência.

 É isso que entendiam os Rosa+Cruzes, quando eles diziam que no dia ‘C’ eles se reunirão em um local que se chama o “Templo do Espírito Santo”. Mas onde é esse lugar? (7) Eles próprios não o sabem, porque, dizem eles, é invisível.                                                   

Nós nos permitimos sugerir a nossos leitores, se quiserem aprofundar o estudo desse tema misterioso, que eles meditem sobre a história de Enoque, pai simbólico da Rosa+Cruz, inventor da tradição e da ciência, e que escrutinem os monumentos cuja lenda lhe atribui a paternidade.   

    &&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&

 ** Tradução do Capítulo II, págs.21-26 de “Les Rose-Croix”, de Sédir, Bibliotheque des “Amitiés Spirituelles”, Paris. 

Tradução: Saulo

Revisão: Anderson Fortes de Almeida e Pseudo-Sedir

   

Notas do autor:

 

1) O itinerário, das viagens de Christian Rosenkreutz, indica bem as filiações da fraternidade rosacruciana com outras tradições, principalmente com certos centros instalados no Egito e com certas Fraternidades muçulmanas que o pai encontrou em Fez.

 

2) “L’Évangille de Cagliostro”, traduzido do latim para o Francês e publicado pelo Dr. Marc Haven (Lalande), Paris, 1909 - Introdução. 2.1) Edição espanhola: “El Evangelio de Cagliostro”, Editorial Humanitas, Barcelona, 1987.

 

3) O nome é o símbolo da individualidade.

 

4) Hebreus, cap. XI, vers.13.

 

5) “Mémoire pour le Comte de Cagliostro accusé, contre le Procureur Général”, Paris, 1786.

 

6) Stanislas de Guaita: “essais de Science  Maldite - Trilogie - Paris, 1897, 1915, 1949.

 

7) Christoph-Stephan Kazauer, resp. J. Ludwig Wolf: “disputatio Historica de Rosacrucianis”, Wittenberg, 1715.

 

 

                                    



     

terça-feira, 27 de outubro de 2020

BREVES ENSINAMENTOS DE PAUL SEDIR

 

                BREVES ENSINAMENTOS DE PAUL SÈDIR ***

                                 

                                   A Encarnação das Almas  


"No intervalo entre duas encarnações terrestres, o que, em nós, não pertence à Terra atravessa o rio fronteiriço ao país das sombras, e faz um repouso durante o qual as poeiras e os dejetos se depositam pouco a pouco. Todas as partes de nosso ser se beneficiam dessa calma, pois em todas, mesmo nas mais materiais, cintilam centelhas do Centro, sopros do Espírito as atravessam, raios da alma divina as iluminam. Uma alquimia delicada e misteriosa regula essa operação. A ossatura psíquica da individualidade permanece no estado ao qual os trabalhos da existência que terminou a conduziram; enquanto os preconceitos, as inutilidades, os erros se evaporam lentamente ao fogo de um sol secreto; pois a alma, uma vez que foi engendrada do Verdadeiro, só aceita e assimila o Verdadeiro."

 

                                    A Criança e as coisas do Céu

Quem conversa com um outro fica responsável por esse ensinamento e pelas consequências desse ensinamento, no coração, na inteligência e nos atos de seu aluno, até a consumação dos séculos. Ensinar não é somente pronunciar palavras que atingem o ouvido físico do auditor. Todos os centros internos que são acionados no mestre durante sua aula falam a seus correspondentes no discípulo. E é impossível ao homem falar somente com sua laringe e, ao falar, emitir apenas ondas acústicas. Nós falamos simultaneamente com tudo o que, em nós, é tocado pelo motivo afetivo que nos incita a falar. E vários tipos de ouvidos recolhem as diversas espécies de palavras. Falamos também – e do modo mais vivo – pelos nossos sentimentos tácitos, e sobretudo pelos nossos atos. A eloquência do ato é grande, ela é terrível, se enumerarmos suas ramificações. Ora, quantas vezes nossos motivos não são mais maus do que bons? E nossa responsabilidade persiste até que a última onda do último ricochete executado pela pedra do ato na superfície do oceano dos efeitos seja extinta. É por isso que sofremos por tanto tempo às vezes para reparar um só minuto de pecado."

 

                                      O Discípulo na Tormenta

"Eis aqui, além disso, se ouso assim me exprimir, uma pequena receita que creio ser preciosa porque ela nos ajuda a precisar nosso esforço, a concentrar nossas energias, porque ela reunirá nossos elãs esparsos e fixará nossa boa vontade que tantos transtornos poderiam tornar indecisa. Eis a primeira regra: Não se pôr nunca em cólera. E eis a segunda: Pôr-se sempre abaixo de todos. Vocês compreenderão se vocês se lembrarem de que os últimos tempos não serão nada mais do que uma cólera universal. O solo, as entranhas da terra, os oceanos, as montanhas, as sementes das plantas, os animais, os homens, as nações, as ideias, os seres invisíveis, tudo estará em fúria, todos se precipitarão uns contra os outros, buscando se destruir. E, naturalmente, os vencedores ficarão embriagados de orgulho, sem ver a precariedade de seus triunfos. Para permanecerem ligados a Jesus, modelem seus corações à imagem de Seu coração, tornem-se meigos e humildes. Nada do que existe neste mundo não vale nem sequer um gesto de impaciência; nada do que se possui neste mundo não vale a pena de um sorriso de orgulho, uma vez que tudo passa e que tudo é somente um empréstimo.

 



                                                 A Confiança

"Nós nos surpreendemos com o fato de que nossas preces não sejam atendidas; mas é nossa falta; Deus não nos convidaria a rezar a Ele, se Ele não quisesse nos ouvir. Ele nos diz para rezar com fé, e rezamos com dúvida; Jesus nos diz para rezar com confiança, e rezamos com receio. Nós nos encerramos em um cantinho de nosso casebre; separamos Deus, nosso pedido e nós mesmos. É preciso nos abrirmos; é preciso abrir nosso coração tão alegremente que nossos braços se abram também; é preciso erguer os olhos e direcionar nossos pobres rostos fatigados aos sopros descidos das alturas. É preciso colocar todas as nossas forças em feixe como os fuzis de um esquadrão de soldados; em maço, como as espigas do bom ceifeiro; um belo maço bem dourado, todas as espigas de igual altura, e amarrado no lugar certo, com uma trança sólida e maleável. É preciso ser um para tocar a Unidade; é preciso se fazer um para comover o Unificador. Dois ou três amigos que oram juntos, Jesus está com eles, é certo, é verificado. Mas se você está só, isso não invalida a promessa, pois primeiramente nunca se está só; e depois Jesus prevê todos os casos possíveis e mesmo aqueles que nos parecem impossíveis. Portanto, se você é só, você é assim mesmo vários: você é corpo mortal, espírito imortal e alma eterna; você é também dois corações em um só: um para o mal, o outro para o bem; você está ainda com seus ancestrais, ou melhor, seus ancestrais o acompanham se você está na Luz, e às vezes também seus descendentes; outros seres estão junto de você; mas a sua verdadeira companhia, aquela que você pode sempre constituir ou reconstituir, quaisquer que sejam as circunstâncias temporais ou espirituais, é essa trindade móvel, viva, tão pequena que ela cabe num segundo, tão grande que ela preenche o universo: quero dizer o seu eu, que é uma pessoa, sua prece, que é uma segunda pessoa, e Deus, que é a terceira pessoa. Sujeite o seu eu à imitação de Jesus; faça suas preces semelhantes às preces de Jesus (qualquer que seja seu objeto); quanto ao Pai, de antemão, desde que o tempo existe, Ele está com Seu Filho. Assim vocês serão três, reunidos em Jesus, em Seu nome, em Sua virtude, em Seu espírito.

                                          

        

                                          

*** Trechos retirados do livro: “Mística Cristã” de Paul Sedir. Este livro está disponível em português no Link: https://clubedeautores.com.br/livro/mistica-crista?fbclid=IwAR2j5weELhHjKnjMtCtVEZenrYKHQMQWT6UZJW9baNaxect5JY-cmkj6p6Y  ou na amazona.com.br.

 

 

 

 

 

domingo, 24 de maio de 2020

OS ROSA-CRUZES ESSENCIAIS


                  Os Rosa-Cruzes Essenciais
                                          Paul Sedir (1871 - 1926) **

Há seres sedentos de amor e de sacrifício que, após séculos e séculos de lutas e obras, alcançado o ápice da Ciência e do Poder, reintegrados misticamente no esplendor original de sua condição de homens, não podem suportar o espetáculo doloroso de seus irmãos ainda perdidos nos laços da paixão e ignorância. Isso os leva a serem reenviados à Criação e a participarem novamente de suas dores e de suas tentações. São missionados, os apóstolos, os místicos puros, os verdadeiros Rosa+Cruzes. Ruysbroek, o Admirável, os chama de crianças secretas do Senhor. Sua doutrina é indizível, pois eles professam que não se deve saber nada sem estar antecipadamente convencido da própria ignorância. Seu livro é o Evangelho. Sua prática é a imitação de Jesus-Cristo.

Essa teoria e essa prática parecem simples. No entanto, não há nada mais elevado a ser concebido e mais difícil de executar. As mais abstrusas especulações dos metafísicos hindus ou as autoridades mais espantosas de seus yogues desaparecem perante a terrível profundidade das máximas e dos ensinamentos evangélicos. Mas esses só podem ser compreendidos por quem já superou, com trabalho e sofrimento, a extremamente limitada natureza humana

Falar dos Rosa+Cruzes é coisa por pouco quase impossível. Eles formam uma organização invisível. Não deram eles a si mesmos o qualificativo de “invisíveis”? Cavalheiros do Espírito, eles nada relevam a não ser o Espírito, eles não podem ser conhecidos a não ser pelo Espírito. O Espírito é livre de toda limitação, os eleva além de toda contingência. Ele lhes nutre, lhes inspira, lhes conforta. Eles lhes ressuscita após cada uma das mortes inumeráveis que constituem a existência na relatividade dos apóstolos de Deus e de Seu Cristo. Vivendo do Absoluto, eles vivem no Absoluto.




 Eles próprios nos fazem compreender o mistério da união espiritual entre os irmãos através do espaço e do tempo, da união espiritual com seus pares e êmulos (1), discípulos do mesmo Mestre, devotados ao mesmo apostolado. Conforme o que o Cristo disse a seus discípulos:  “Onde eu estiver, vós aí estareis”.

Mas do mesmo modo que o homem sabe apenas captar a divindade em sua manifestação, os homens não podem perceber os Rosa+Cruzes, mensageiros divinos, à não ser em suas manifestações. “É sempre em um período crítico que se ouve falar neles. Eles chegam na época e no país onde uma forma social, tendo atingido sua completa realização, tende já a se alterar; quando os esforços lentos e contínuos do espírito humano, em vez de convergirem, como o tinham feito até então, na constituição e na afirmação de um organismo social, de um dogma religioso, de uma síntese científica, começam a divergir e abalam o edifício construído pelas gerações precedentes” (2)”.

Seu nome é o de sua função.

Eles podem, se quiserem, ser invisíveis aos homens e incógnitos; se eles o desejarem, podem viver no meio dos homens e como eles; são livres, mas de todo o modo, se apresentam aqueles a quem vieram socorrer. Adotam os costumes dos países onde se encontram. E, com efeito, podem viver no meio dos homens sem risco de serem identificados; apenas seus pares os reconhecem por uma certa luz interior. O Cristo disse: “O mundo não vos conhece”. É por isso que, quando eles mudam de país, mudam também de nome (3). Eles podem se adaptar a todas as condições, a todas as circunstâncias, falar a cada um em sua língua.

Eles agem a fim de que o que eles têm a dizer ao mundo seja dito. Aqueles que escrevem ou falam seu nome exprimem tão fielmente quanto podem os pensamentos, às inspirações que lhe são transmitidas pela via espiritual.

Do mesmo modo, esses arautos do Absoluto não inspiram seus apologistas quando eles só se preocupam em refutar seus detratores. Esses, como aqueles, se comportam de acordo com o que são capazes de ver luz que têm diante de si.

“Estrangeiros e viajantes na terra” (4), não desejam nada do mundo, nem beleza, nem glória, nada além de fazer a vontade de Deus, eles querem levar os fardos dos fracos, reanimar os mornos, restabelecendo por toda a parte a harmonia. Eles passam e o deserto torna-se um prado; eles falam e os corações se abrem ao apelo do Divino Pastor. Eles preparam o caminho para Aquele que deve vir.

Mas quem conhecerá as fadigas, quem enumerará os martírios sempre desconhecidos que aceitam, em seu imenso amor, esses pastores do Pai, para reconduzir as ovelhas indóceis que somos? O grande Cagliostro o disse nesses termos patéticos: "Eu venho do Norte, da bruma e do frio, abandonando por onde passo alguns pedaços de mim mesmo, me esgotando, me reduzindo a cada etapa, mas vos deixando um pouco de claridade, um pouco de calor, um pouco de força, até que eu seja, enfim, detido e parado definitivamente no fim de minha carreira, na hora em que a rosa florescerá sobre a cruz” (5).

Assim eles têm passado, imperceptíveis, no meio dos homens, para esclarecê-los e levá-los à Vida. Eles são vindos para recordar as criaturas às palavras pronunciadas nos séculos remotos, para despertar nelas o eco, que tinha se extinguido, das vozes que fizeram vibrar antigamente os seus corações. Eles são vindos para trabalhar em prol da renovação espiritual, da obtenção por esforços cotidianos dessa luz que ilumina todo homem vindo ao mundo e que nós repelimos, que nos obscurecemos pelos nossos desejos egoístas. Essa, têm eles dito, é a única via da regeneração individual, da redenção coletiva.

A iniciação cristã, com efeito, não tem por alvo, como as iniciações do extremo oriente, a orientação metafísica de atingir um grau superior de Saber: seu alvo é a Vida. Ora, a Vida é Amor e o pensamento é a imagem invertida da Vida. O amor é o único intérprete verídico da verdade: o amor é a sabedoria suprema, conforme com o que está escrito: “Aquele que ama Deus é aquele que conhece Deus” (1 João, IV,7).

A organização interior da fraternidade não foi revelada, nem seus segredos. Esses se referiam, exteriormente, à transmutação dos metais, à arte de prolongar a vida, à descoberta de coisas ainda ocultas. Mas os Rosa+Cruzes se davam por magos a fim de mascarar seu verdadeiro pensamento, seu objetivo primordial: a reforma do mundo, da qual eles eram os agentes predestinados. E isso que, por baixo de tudo, espanta o leitor dos escritos rosacruzes. Mais que os procedimentos que eles apresentavam para obter a pedra filosofal ou o elixir do prolongamento da vida, mais que o método que eles preconizavam para atingir a certa fórmula do saber, os Rosa+Cruzes levaram os europeus do século XVII arruinados pela guerra, divididos entre o catolicismo e o protestantismo, desagregados em sua mentalidade pelo espírito de crítica, palavras de concórdia e de apaziguamento. No meio do egoísmo universal, eles recordaram aos homens que eles são irmãos, filhos do mesmo Pai; no meio da anarquia crescente, eles falaram do Libertador, eles repetiram que o Cristo desceu e que Ele retornará para reunir em um só coro Seus serviços dispersos.

    Eis a mensagem trazida ao mundo pelos Rosa+Cruzes:

                       ELIAS ARTISTA

A Rosa+Cruz essencial existe desde que há homens sobre a terra.

Além do Sol amarelo que nos ilumina, há seis outros sóis ainda invisíveis que fazem viver a terra. Nosso Sol amarelo tem o propósito de produzir a assimilação das funções vitais. Um outro Sol, o Sol vermelho, tem por ofício a construção dos corpos terrestres: ele rege a morfologia, as afinidades físicas, químicas, intelectuais, sociais. Esses Sol vermelho é a residência do ser em Paracelso, o primeiro aqui em  baixo, denominou Elias Artista.

    

Elias Artista é o anjo da Rosa+Cruz. Ninguém pode saber quem le é, nem aquilo sobre o que ele repousa. Tudo o que se pode dizer é que ele é uma força atrativa, harmonizante e que ele tende a reunir os indivíduos em um só corpo homogêneo.

Eis como se expressa Stanislas de Guaita:
   
“Elias Artista é infalível, imortal, além disso, inacessível, às imperfeições, como às impurezas e aos ridículos dos homens de carne que se oferecem a manifestá-lo. Espírito de luz e de progresso, ele se encarna nos seres de boa vontade que o evocam. Se eles tropeçam no caminho, eis que o artista Elias não esta mais neles.  
“Fazer mentir o verbo superior é coisa impossível, ainda que se possa mentir em seu nome. Pois cedo ou tarde ele encontra um órgão digno de si (nem que seja por um minuto), uma boca fiel e leal (nem que seja pelo tempo de pronunciar uma palavra).

“Por esse órgão de sua escolha ou por essa boca de coincidência _ que importa? _ sua voz se faz ouvir, potente e vibrante dessa autoridade serena e decisiva que empresta ao verbo humano a inspiração do Alto. Assim, são desmentidos na terra aqueles que sua justiça condenou no abstrato.

“Guardemo-nos de falsear o espírito tradicional da Ordem; reprovados no alto na mesma hora, cedo ou tarde seríamos negados aqui em baixo pelo misterioso demiurgo que a ordem saúda pelo nome: Elias Artista.

“Ele não é a  Luz; mas, como João Batista, sua missão é a de dar o testemunho da Luz da glória, que deve se irradiar de um novo céu sobre uma terra rejuvenescida. Que ele se manifesta pelos Conselhos fortes e que ele derruba à pirâmide das santas tradições desfiguradas pelas heterogêneas camadas de detritos e de remendos que vinte séculos tem acumulado sobre ela! E que enfim, os caminhos estando por ele abertos para o advento do Cristo glorioso, - sua obra estando concluída -  desaparecerá na névoa maior o precursor dos tempos vindouros, a expressão humana do santo Paracelso, o “deimon” da ciência e da liberdade, da sabedoria e da justiça integrais: Elias Artista” (6) .  




                                          Elias Artista de Willian Blake


Por outro lado, se nós quisermos encarar o sacerdócio de Melquisedeque, cujo sacrifício é a prefiguração da Eucaristia, teremos que nos recordar que os sacerdotes “da ordem de Melquisedeque” constituem não uma ordem social, mas um sacerdócio cujo sacramento, representado pelo pão e pelo vinho, é o sacrifício de si mesmo ao próximo, por amor a Jesus-Cristo e pela unidade com Ele.

Em nossa opinião, Elias Artista é uma adaptação do Elias bíblico, que deve retornar no fim dos tempos, com Enoque, para desempenhar seu papel de testemunha do binário universal. Seria prematuro dizer quem foi Elias artista ou quem ele será. Tudo o que é útil saber é que esse nome designa uma forma do Espírito da inteligência.

É isso que entendiam os Rosa+Cruzes quando eles diziam que no dia C eles se reúnem em um local que se chama o Templo do Espírito Santo. Mas onde é esse lugar? (7) Eles próprios não o sabem, porque, dizem eles, é invisível.
   
Nós nos permitimos indicar a nossos leitores, se eles quiserem aprofundar o estudo desse tema misterioso, de meditar na história de Enoque, pai simbólico da Rosa+Cruz, inventor da tradição e da ciência e construtor de monumentos dos quais a lenda lhe atribui a paternidade.
   
** Tradução do Capítulo II, págs.21-26 de “Les Rose-Croix”, de Sédir, Bibliotheque des “Amitiés Spirituelles”, Paris.  
   
Notas do autor:

1) O itinerário das viagens de Christian Rosenkreutz indica bem as filiações da fraternidade rosacruciana com outras tradições, principalmente com certos centros instalados no Egito e com certas Fraternidades muçulmanas que o pai encontrou em Fez.

2) “L’Évangille de Cagliostro”, traduzido do latim para o Francês e publicado pelo Dr. Marc Haven (Lalande), Paris, 1909 - Introdução. 2.1)Edição espanhola: “El Evangelio de Cagliostro”, Editorial Humanitas, Barcelona, 1987.

3) O nome é o símbolo da individualidade.

4) Hebreus, cap. XI, vers.13.

5) “Mémoire pour le Comte de Cagliostro accusé, contre le Procureur Général”, Paris, 1786.

6) Stanislas de Guaita: “essais de Science  Maldite - Trilogie - Paris, 1897, 1915, 1949.

7) Christoph-Stephan Kazauer, resp. J. Ludwig Wolf: “disputatio Historica de Rosacrucianis”, Wittenberg, 1715.



                                                                                                                                            
                                                                                                                                                                                                                            







        

quinta-feira, 23 de abril de 2020

EXPLICAÇÕES GERAIS SOBRE O MARTINISMO



            EXPLICAÇÕES GERAIS SOBRE O MARTINISMO




Quem é e como surgiu a Antiga Ordem Martinista - Martinismo


 Qual é a base da Iniciação Martinista? Um ritual da Ordem nos diz nos seguintes termos:

“Encerra a filosofia de nosso Venerável Mestre, baseada especialmente nas teorias dos Egípcios, sintetizadas por Pitágoras e sua Escola. Contém, em seu simbolismo, a Chave que abre o mundo dos Espíritos e que não está cerrado; segredo inefável, incomunicável e unicamente compreensível ao verdadeiro Adepto. Este trabalho não profana a santidade do Véu de Ísis por imprudentes revelações. Aquele que é digno e está versado na História do Hermetismo, em suas doutrinas e em seus ritos, em suas cerimônias e hieróglifos, poderá penetrar na secreta, porém real, significação do pequeno número de símbolos oferecidos à meditação do Homem de Desejo”.

O Martinismo é uma Escola de alto Hermetismo que se descobre a muito pouca gente, preferindo a qualidade à quantidade, como qualquer associação que não deseja ter ação política e que, se pensa proceder socialmente, prefere elevar a multidão à seleção, no lugar de descer da seleção até a multidão. 

A Iniciação Martinista é o resultado de um ensinamento, porém há em seu desenvolvimento uma parte imensa de formação pessoal. A Iniciação é gradual, conforme as capacidades daquele que deve seguir as fases de seu ensinamento antes de chegar aos graus superiores. Este é o sentimento que podemos extrair do célebre discurso pronunciado por Stanislas de Guaita e que encontramos no Umbral do Mistério:

“Fizemos-te iniciar: o papel dos iniciadores deve limitar-se aqui. Se chegares por ti mesmo à inteligência dos Arcanos merecerás o título de Adepto; mas, vê bem; seria em vão que os mais sábios Mestres quisessem revelar-te as supremas fórmulas da Ciência e do Poder mágico. A Verdade Oculta não poderá ser transmitida em um discurso: cada um deve evocá-la, criá-la e desenvolvê-la em si. És Inciciado: aquele que outros colocaram no caminho; esforça-te em chegar a Adepto, aquele que conquista a Ciência por si mesmo; em uma palavra: o Filho de suas obras.”

A Iniciação Martinista compreendida desta maneira, não pode transcorrer sem provas; porém estas não tem nada de comum com as de outras instituições iniciáticas. O discurso de Stanislas de Guaita, que não podemos aqui transcrever inteiramente, merece estudo e reflexão. Ele desenvolve esta doutrina: A Iniciação é, certamente, o resultado de um ensino, porém há em seu transcurso uma imensa parte de formação pessoal. Qualquer poder concedido pela Natureza ou pela Sociedade, para ser útil, deve desenvolver e adaptar à sua função aquele que deverá beneficiar-se com ele.

Existe uma qualidade de alma que caracteriza essencialmente o verdadeiro Martinista: é a afinidade entre espíritos unidos por um mesmo grau em suas possibilidades de compreensão e de adaptação; unidos por um mesmo comportamento intelectual, pelas mesmas tendências, do qual se segue a constatação obrigatória de que o Martinismo está composto, exclusivamente, por seres isolados, solitários, que meditam no silêncio de seu gabinete, buscando sua própria iluminação.

Cada um destes seres tem a obrigação, uma vez adquirido o conhecimento das leis do equilíbrio, de transmitir a compreensão alcançada, para aqueles que possam compreender e participar daquilo que ele crê constituir a verdade em sua vida espiritual. É aqui, então, que intervém a Missão de Serviço do Martinismo, é somente neste sentido que esta corrente espiritual especial encontra seu lugar na Tradição Ocidental.

Os assuntos de dinheiro são quase desconhecidos na Ordem; as quotas, “o tronco da viúva”, os direitos pelos diplomas não existem e os graus são conferidos sempre ao mérito e não podem nunca ser objeto de tráfico.

A filiação à Ordem Martinista é buscada, sobretudo, pela instrução que leva bastante longe e que compreende o estudo aprofundado das ciências simbólicas e herméticas.

Por outro lado, a Ordem abre suas portas tanto aos homens como às mulheres; não exige de seus membros juramento nenhum de obediência passiva, nem tampouco lhes impõe nenhum dogma; acolhe sem distinção a todos os que sentem em seus corações o amor ao próximo e que desejem trabalhar pelo bem comum.

Dentro da Ordem é de rigor possuir a maior tolerância, ou melhor, o espírito de compreensão mais acentuado. No que diz respeito à ajuda mútua, ela constitui também uma das características essenciais do Martinismo, cujos adeptos se esforçam, segundo suas possibilidades, em ajudar aos demais seres humanos, sejam ou não iniciados, pertençam ou não a nossa Ordem.

A Ordem Martinista compreende três graus: Associado, Iniciado e Superior Incógnito, conferidos de acordo com rituais que procuram dar a quem os recebe uma ajuda poderosa.

Já dissemos que o Martinismo é uma cavalaria, ou por outra, é uma tendência ou corrente cavalheiresca que persegue o aperfeiçoamento individual e coletivo. É necessário, portanto, que o Martinismo em todas as terras esteja formado por servidores perfeitos e sucessores dos verdadeiros Mestres do movimento; os Superiores Incógnitos, dos quais um dos primeiros a ser conhecido pelo mundo profano foi Louis Claude de Saint-Martin, que ainda pode ser conhecido como o Filósofo Desconhecido.



      PROGRAMA DE ESTUDO SUGERIDO POR PAPUS PARA O MARTINISMO:

I

1. História das raças humanas, tradições, etc.
2. Teoria geral e Filosofia (Saint-Martin, Saint-Yves d'Alveydre, etc.).
3. Uma língua sacra: o hebreu.
4. Psicurgia (primeiros elementos práticos).


II

1. História e simbolismo (Sociedades secretas e Maçonaria).
2. A Cabala.
3. Uma língua sacra: o sânscrito.
4. A Magia e as adaptações (Hipnotismo, Magnetismo, Orações).


III

1. História da Alquimia e da Rosa-cruz (Martinismo).
2. As religiões do Oriente: Budismo, Bramanismo e Taoísmo.
3. Uma língua sacra: o egípcio.
4. O Espiritismo: sua transformação desde a Antigüidade; sua adaptação.

IV

1. Os Cultos e seu esoterismo em todas as religiões.
2. A antiga iniciação no Egito; a Pirâmide e o Templo.
3. Hermetismo; a Alquimia; a Astrologia; o Arqueômetro.
4. A Maçonaria prática: constituição de um rito; as diversas adaptações sociais.

FONTE: 
O ABC do Ocultismo de Papus
Rituel dressé par Teder.