quarta-feira, 19 de novembro de 2014

A CIÊNCIA DOS ESPÍRITOS

                        A CIÊNCIA DOS  ESPÍRITOS***
                                               por Eliphas Levi

                            Breve resumo feito por Pseudo-Sedir

2a PARTE : (p. 65)

O autor discorre sobre as fontes das teorias sobre as Almas, onde afirma "os espíritos vivem a um tempo duas vidas: uma geral, comum a todos; e a outra especial e particular." (p. 66)

A transição (p.68)
Mortos, os espíritos criam seu próprio mundo e suas imagens, segundo suas crenças e ideologias. Alguns caem no vazio, e nas trevas, devido sua ignorância. Estas imagens são de vários tipos "As vontades audaciosas e desregradas produzem larvas e fantasmas. A imaginação tem o poder de formar coagulações aéreas e eletromagnéticas que refletem os pensamentos durante um momento e, sobre tudo, os erros do homem ou do círculo de homens que os põe no mundo".
O autor não aceita a teoria da reencarnação, pois uma vez morto a Alma segue sua trajetória em outros mundo e planos e não mais pode retornar a este planeta, pois "é impossível que o mesmo homem renasça duas vezes na mesma terra". (p.70)

Pretensos espíritos ou fantasmas: (p. 88)

Neste tópico o autor narra e analisa o Livro de Jó, a mais notável síntese que nos restou do dogma filosófico e mágico da antiga iniciação.
Eliphas afirmar ser este o arquétipo dos médiuns das épocas antigas, afirma que ele é o mais triste e o mais desesperado dos três amigos de Jó.
Explicando o contato deste personagem com os mortos afirma: "Os mortos voltam apenas em nossos sonhos. Assim , o estado de mediomania é uma extensão do sonho, é o sonambulismo com toda a variedade de seus êxtases. Aprofundando os fenômenos do sono, dominaremos todos os mistérios do espiritismo". (91)

O autor explica que Piton é uma palavra que os hebreus tomaram de empréstimo para designar a grande serpente astral

A luz astral passiva (Ob) estaria por detrais destes fenômenos, depois lembra que a Luz astral possui duas polaridades mais o equilíbrio:
Luz ativa -  Od
Luz passiva - Ob
Luz equilibrada - Aour

Ob é a interprete da fatalidade, do enfraquecimento do livre-arbítrio e da vontade, é o fluido sonambúlico, enquanto Od é a Luz dirigida, elevada ao estado de glória.

Recontando a história de Saul que consulta a pitonisa e esta invoca o espírito de Samuel que prediz sua derrota, este entra em desespero, desanimo e vai previamente derrotado para guerra e perde. Para Levi essas invocações são imagens tiradas do princípio passivo de Ob, através do sonambulismo, ou seja, a pitonisa na verdade leu o inconsciente de Saul (com seus medos, fantasmas e ideias) e os apresentou como sendo ditadas pelo espírito de Samuel [ela não faz por trapaça, mas por ignorância do fenômeno]. (93)

Sobre a ressurreição dos mortos: é possível enquanto o organismo vital não tiver sido destruído. Desta forma estando a Alma ainda nas baixas regiões do astral, pela ação firme de um Homem de Vontade ela pode retornar ao seu antigo corpo e voltar à vida.

Sobre Satã afirmar: Seu império é a terra (príncipe do mundo), não se trata de uma força espiritual, mas de uma força material análoga à eletricidade, ou melhor, a eletricidade extraviada. (96)

Santo Espiridião (101)

Relatando a história deste santo e de sua filha que tendo enterrado um tesouro de um amigo, faleceu com o segredo. Na tentativa de tentar descobrir o lugar, o pai foi ao túmulo da filha e após uma invocação teve a revelação de onde se encontrava o tesouro. Explicação de Levi: a ida do pai ao túmulo serviu para evocar lembranças e obter por simpatia magnética uma intuição de Segunda visão [ou mesmo uma lembrança, quem sabe a filha não o teria dito em vida e ele havia esquecido o fato?].

Capitulo IV (106)

Ë relatada e explicada a participação do sangue nos rituais e sacrifícios antigos, além de suas propriedades: "O sangue é o grande agente simpático da vida; é o motor da imaginação, é o substratum animado da luz magnética ou da luz astral polarizada nos seres vivos; é a primeira encarnação do fluido universal, é a luz vital materializada."
"Todos os mistérios religiosos são igualmente mistérios de sangue" Não há culto sem sacrifícios.."
Para Paracelso "É do vapor do sangue que a imaginação tira todos os fantasmas que cria".
Levi discorre sobre a relação entre sacrifício e sangue e seu papel e legitimidade no mundo antigo, MAS nos tempos atuais isto não é mais necessário, pois "Jesus morreu pela abolição dos sacrifícios sangrentos" assim o reino dos deuses de sangue terminou.
O autor associa o espiritismo moderno aos antigos cultos sanguinários, já que eles utilizaram os mesmo princípios fluídicos para dar vida a suas mensagens: "o magnetismo é a projeção dos espíritos do sangue e vós magnetizais os vossos móveis, empobrecendo o vosso cérebro e o vosso coração".

Capitulo VI

Sobre o mundo antigo e a morte do velho culto: "Com Apolônio de Tiana, o velho mundo parecia Ter dito sua última palavra".

Capítulo VII (120)

Para o autor só existe um meio dos espíritos voltarem a terra: a ressurreição. Ele lembra que os teólogos ensinam que os mortos não podem se manifestar neste plano e que são os demônios quem atendem aos apelos dos mortais.

Vampirismo (126): "Monomaníacos que são fatalmente levados a alimentar-se com a carne dos mortos", mas os verdadeiros vampiros são mortos que aspiram e sugam o sangue dos vivos. Os médiuns não comem, é verdade, a carne dos mortos, mas aspiram por todo seu organismo nervoso o fósforo dos cadáveres ou luz espectral. Não são vampiros, mas evocam os vampiros. Também são todos frágeis e doentes, frágeis de espírito e de corpo, fatalmente propenso às alucinações e à loucura. “O espiritismo é o onanismo das almas"

Ele lembra que Moisés condenou a consulta a Oboth, que são os fantasmas do OB ou a luz passiva.

Casas fantasmas (128): O autor atribui às aparições e demais fenômenos que podem ocorrer nestes ambientes a uma magnetização desregrada, um vício ou desvio da luz astral passiva, que provocaria ilusões e manifestações (mesmo as tangíveis) presenciadas por todos.
Outros casos, ainda mais simples, são consequências do ar viciado do ambiente, basta arejar a casa e tudo volta ao seu normal.

OBS: O que o autor não explica é o motivo desta má magnetização destes ambientes.

*** Levi, Eliphas: A Ciência dos Espíritos, SP, edt Pensamento, 1997



5 comentários:

  1. Boa tarde

    "é impossível que o mesmo homem renasça duas vezes na mesma terra". (p.70)
    Nesta afirmação não poderíamos interpretar que o homem não será mais o mesmo uma vez transformado pela transição? E a Terra não mais a mesma, não seria como dizer que o rio que vemos hoje não é mais o que vimos ontem? Ou seja, o homem não voltará a ser o que era, pois não há involução (segundo algumas tradições), assim como a Terra que está em constante movimento e transformação, tanto geologicamente quanto socialmente.
    Se a resposta for negativa, como Levi entende a evolução da Alma e o processo de Reintegração?
    Fraternalmente.

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  2. Obrigado pelo comentário.
    Acredito que Levi tenha sido mais literal e esteja falando contra a ideia de reencarnação, que até Papus, não tinha a unanimidade dos Iniciados.

    Não lembro de ter lido a expressão Reintegração nos livros de Levi.
    TFA

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  3. Em O GRANDE ARCANO, Eliphas diz: "aspirar a um segundo nascimento e de começar vida nova. Mas concordo que ele nunca tratou desse assunto de maneira clara.

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  4. Eu amei... belíssima explicação...estou encsnenca , obrigada....

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