domingo, 17 de julho de 2016

MEDIUNIDADE E INICIAÇÃO


Um pequeno texto para reflexão dos Iniciados e dos médiuns. Seu objetivo não é provocar polêmicas, mas contribuir para o entendimento dos motivos do martinismo, e demais Ordens iniciáticas, não aprovar ou recomendar as práticas espíritas mediúnicas. (Pseudo-Sedir).

Mediunidade e iniciação**

 ZIVAN ‑ A mediunidade é um ramo de iniciação?

PAI VELHO ‑ Mediunidade não é ramo de iniciação; pelo contrário, elas são incompatíveis. Quem nasce médium já traz, por efeito do Karma, um rompimento congênito em sua tela que possibilitará, através dessa provação, contatos com os mundos supra-físicos e as entidades que nele habitam.

Suponha que numa encarnação passada você teve pode­res naturais, inatos, inerentes à sua própria constituição, os quais lhe deram não só consciência dos mundos supra-físicos, mas, também, poderes mágicos para atuar livremente nos ele­mentos, elementais, elementares e todos os reinos da natureza. Você seria um puro, teria todos os veículos superiores plenamente desenvolvidos e todos os chacras em perfeito funcionamento, seria clarividente, vidente, podendo se locomover em qualquer plano sem restrições. Nesse estado, estaria de posse da lei imutável, tendo plena acepção do bem e do mal. Suponhamos que, mesmo com todos esses conhecimentos, você usasse esses poderes naturais para uso próprio. Estaria, automaticamente, fazendo magia negra e contrariando a lei. Conforme você descambasse para essa prática acumularia Kar­ma, que atuaria no seu átomo primordial(1) etérico, ali se fixando definitivamente. Ao desencarnar, você levaria esse átomo primordial, bem como os dos outros planos. Encarnan­do novamente, já traria um rompimento na sua tela, consequência da última encarnação, gravado no átomo primordial etérico. Você resgataria o erro através da medunidade, fator probatório ou Kármico; através da evolução mediúnica poderia ou não fechar esse rompimento para, então, trilhar a próxima etapa do caminho, que é a iniciação consciente.

Assim aconteceu com as primeiras raças, inocentes, puras, semidivinas, que agiam segundo a lei. Ao usarem seus poderes de forma indevida criaram o Karma da mediunidade inconsciente e ao reencarnarem trouxeram essa “faculdade no­va", inédita na raça: médiuns. Dessa forma nasceu a mediunidade. Fazendo o melhor uso possível dessa faculdade, usando‑a exclusivamente em prol do amor e dos seus semelhantes, o médium pode se libertar desse Karma, começando uma nova etapa ‑ o caminho da iniciação.



ZIVAN ‑ O médium pode alcançar todos os graus de iniciação nessa encarnação?

PAI VELHO ‑ Não. Como já disse antes, a mediunidade e a iniciação são incompatíveis. Apenas o médium adiantado pode atingir os graus menores; a total iniciação somente na encarnação futura, e isso se ele levou a sua provação Kármica a bom termo, ou seja, não usufruindo nada em proveito próprio e sempre usando os seus poderes para fins que visem o bem geral da humanidade e o amor ao próximo.

Por esse motivo, o médium tem grandes responsabilidades em relação à sua evolução particular e à das entidades a ele ligadas por laços de afinidade. O médium pode ou não ser de grande utilidade na sociedade. Aquele que falha na sua missão mediúnica geralmente reencarna com provação mais espinhosa, de mais difícil resgate, mas todos se encaminham para o incêndio de luz e amor que é o Senhor do Mundo. A mediunidade pode ser o caminho mais longo para se encontrar a luz e o caminho mais curto para as trevas. Tudo depende do livre‑arbítrio de cada um. 

** Trechos retirados do livro: Roger Pierre Feraudy (Babajiananda) : Serões do Pai Velho, RS, Feeu, 1987, pp. 44 – 45.


 (1)   Átomo primordial é o átomo indestrutível, inerente a cada plano e que está presente em todas as encarnações.





Nenhum comentário:

Postar um comentário