LEIS QUE REGEM A VIDA
Por
Swami Sarvânanda (1922-2000)
Quando a criança
nasce, traz com ela, inscrito no seu akasha individual, um triângulo
eqüilátero, cada um dos seus lados representando uma das leias que regem a
vida, sua vida desde o nascimento até seu último suspiro. São elas:
PASSADO – PRESENTE –
FUTURO
Ou seja, se
transformadas em função, representam as três forças ativas que giram em torno
de si mesmas de eterna ação, e que os yogues determinam como sendo as três
divindades que permitem que haja vida no cosmos:
BRAHMA – VISHNÚ –
SHIVA
Que, respectivamente,
representam as três fases da vida universal:
CRIAÇÃO -
CONSERVAÇÃO – TRANSFORMAÇÃO.
Em outros termos, e mais
próximos a nós que pertencemos à civilização cristã ocidental, estas três
forças de vida são sintetizadas no Triângulo acima citado:
Providência Destino-Karma
Livre-Arbítrio
BRAHMA criou – e continua criando – desde o Passado
até o Presente; representa pois o que vêm do Passado e que é inalterável, imutável
poder do Pai em se perpetuar na sua própria criação: Karma.
VISHNÚ é quem conserva aquilo que Brahma criou, proporcionando o suporte da perpetuação da criação de Brahma, tornando a vida constante e polarizando-a em torno do conceito do Presente; é o fato Providencial que permite que as coisas aconteçam.
SHIVA tem a missão de transformar o que Brahma criou e o que
Vishnú conserva, levando aos olhos ilusos dos homens o conceito da Morte,
preparando assim novo espaço para nova vida.
Ao nascer, a criança
é a expressão do seu próprio passado;
traz um caráter original e único que se expressa fielmente nos traços
faciais que apresenta e que o acompanharão até o fim de sua existência.
Ao ser gerado, seus
genes individuais são acrescidos pelos dos seus pais, transformando assim sua
personalidade em híbrida, o que também se grava indelevelmente no seu rosto.
Sua família, ao
gerá-lo, constitui o fator Providencial, fornecendo-lhe um novo corpo, a
proteção para crescer e se desenvolver, e o impulso para entrar na vida, quando
maduro para isto.
Mas, também desde o
momento em que o novo ser é gerado e nascido, ele expressa seu Livre Arbítrio
ao exigir a alimentação, o cuidado e o aconchego familiar. Mais tarde e na
medida em que ele se torna consciente de si estenderá este Livre Arbítrio às
ações, às palavras e aos pensamentos, dentro de suas expressões de evolução
particular, condicionado pela influencia familiar e influenciado pelo meio
ambiente em qual está vivendo como filho, amigo, esposo, profissional.
Este Livre Arbítrio o
ajuda a escolher com relativa espontaneidade, sua via de vida sem sair do rumo marcado pelo Pai, junto com
todos os que partiram com ele, em direção à Perfeição que é sua meta e a meta
de todos.
Passado, Presente e
Futuro são, pois, ao mesmo tempo os agentes do Karma, Livre Arbítrio, e Dharma,
que constituem a real e eterna vida do Homem até ele alcançar a sua Liberdade
Transcendental e que se expressará nele
durante a sua presença na Sexta Raça
Humana que deverá habitar o Sexto Continente que deverá surgir do Pacífico.
Retirado da revista “
Nave” , N. 3, 1990, Niterói, RJ
Swami Sarvananda |
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