Os Perigos da Mediunidade
por Sinbuck, S::I::
O “Médium (do latim médium, meio, intermediário). Os Médiuns são pessoas acessíveis à influência dos Espíritos, e mais ou menos dotadas da faculdade de receber e de transmitir suas comunicações.” O Médium espírita é um intermediário entre os seres encarnados e desencarnados; é , geralmente, um instrumento passivo de influências estranhas e, portanto, exposto à influência de qualquer entidade astral que se ache em sua proximidade. O Médium, quando em “transe”, isto é, no estado semelhante ao sono hipnótico, fica inconsciente; nada sabe do que se faz por mediação do seu organismo, e quando desperta desse estado e volta à consciência ordinária, não se lembra do que fez ou do que foi feito por intermédio dele. Há, portanto, muitas vezes uma possibilidade de ser abusado por entidades mal intencionadas do astral, e por isso corre o perigo de ficar obcecado.[1]
Um dos perigos reais da
mediunidade é a obsessão (idéia fixa, escravização temporária do pensamento).
Como obsessão entende-se todo e qualquer constrangimento que os Espíritos
inferiores determinam sobre o médium dominando a sua vontade. Todos os que possuem faculdade mediúnica, sem
exceção, estão sujeitos a obsessão, devendo, no entanto, resistir a influência
negativa dos Espíritos voltados ao mal. Geralmente, nos médiuns em
desenvolvimento, a obsessão começa sob a forma simples, usando os obsessores de
vários artifícios para conseguirem o seu intento. Pode evoluir para a
fascinação[2]
quando o médium acha que é assistido por Espíritos Superiores, que na verdade
não passam de mistificadores, que sabem explorar sua vaidade, lisonjeando suas
faculdades e colocando-o como um “missionário”; com importante papel no
mundo. A evolução pode seguir seu curso
normal chegando o médium ao estágio da subjugação[3]
quando o obsessor domina completamente, tanto sua inteligência quanto sua
vontade. Os Espíritos agem sobre o médium através dos pensamentos, envolvendo-o
com os seus fluidos que o embaraçam. É um verdadeiro processo de enredamento
fluídico.[4]
A
presença física do obsessor nem sempre é verificada, porém a sua ação é notada
pelos resultados de sua influência sobre a mente do médium que está sujeito. À
distância, por um fenômeno telepático, pode o obsessor acionar os mecanismos
que deseja como um operador de rádio. É lógico que para isso acontecer, devem
os dois, médium e obsessor, estar vinculados pelo passado ou por se encontrarem
na mesma faixa vibratória, que os identifica. [5]
A
prática mediunica pode também conduzir os médiuns à neurastenia. A Neuroastenia
é um estado neurótico, um distúrbio mental caracterizado por astenia[6]
psíquica, grande irritabilidade, cefaléia, alterações do sono, esgotamento
nervoso, depressão e fácil fatigabilidade[7], e
ainda é capaz de causar graves neuropatias orgânicas, e muitos têm morrido
loucos ou foram tocados por transtornos nervosos profundos e descontroles
psíquicos. Em alguns casos, o descontrole psíquico pode levar o indivíduo à
loucura. Se o Espírito envolvido num processo obsessivo for uma entidade
hipócrita, poderá levar o médium obsediado a um processo de fascinação, que
pode culminar na loucura.
A mediunidade
abre as “portas” do médium às influências estranhas. No corpo humano, há certos
centros vitais (chakras), comparáveis a portas, que abrem a entrada para as
forças extra-físicas que passam por elas como uma corrente elétrica passa
através de um arame, agindo sobre a espinha dorsal, e difundindo-se sobre o
sistema nervoso. Estes centros são normalmente protegidos pela natureza, com
coberturas ou envolturas compostas de matéria física e de matéria astral, que
permitem o influxo das forças vitais normais, e servem-lhe de guardas. Estes
centros ou “portas” devem ser abertos somente às influências boas,
espiritualizadas, e não às entidades indesejáveis, baixas e maliciosas, que são
capazes de destruir as envolturas protetoras, tornando, assim, impossível à comunicação
com os planos superiores do Astral.[8]
Pois, como poderiam os médiuns evitar a intervenção e a ação de Espíritos e de
influências malfazejas ?
Todavia, alguns espíritas eminentes confessam, eles próprios, estes
perigos, ainda que busquem atenuá-los. Eis aqui concretamente o que diz Leon
Denis: “os espíritos inferiores,
incapazes de aspirações elevadas, se comprazem em nossa atmosfera. Se mesclam
em nossa vida, e, preocupados unicamente com o que o cativava seu pensamento
durante sua existência corporal, participam nos prazeres ou nos trabalhos dos
homens a que se sentem unidos por analogias de caráter ou de hábitos. As vezes,
inclusive, dominam e subjugam as pessoas débeis que não sabem resistir a sua
influência. Em alguns casos, podendo levar suas vítimas até o crime e a
loucura. Estes casos de obsessão são mais comuns do que se pensa.”[9].
Alguns médiuns, quando estão em atividade mediúnica, podem apresentar
alterações neurológicas semelhantes a disritmias[10].
Tais práticas são capazes de modificar a atividade do sistema nervoso, trazendo
mudanças psíquicas e comportamentais. O que acontece é que, mesmo os melhores,
os mais poderosos Médiuns, muitas vezes sofrem durante anos, terríveis
enfermidades na espinha dorsal, conseqüência de suas relações com “Espíritos”.
Pois como se sabe, a mediunidade é um canal que liga todas as criaturas vivas
ao mundo invisível ou dos Espíritos, deixando-os assim, suscetíveis as mais
variadas enfermidades nervosas e psíquicas. Pois, abre canais para a recepção de
influências suscetíveis de perturbarem e de comprometerem a atividade das
células nervosas, visto que, a saúde física, emocional e mental de qualquer
pessoa está ligada, de alguma forma, à saúde das células nervosas.
Noutra
obra, do mesmo autor, lemos isto: “ O
médium é um ser neurótico, sensível, impressionável... A ação fluídica
prolongada dos espíritos inferiores pode ser-lhe funesta, arruinar sua saúde,
provocando fenômenos de obsessão e de possessão... Estas enfermidades, que
afetam principalmente o sistema nervoso, vêm acompanhados mais freqüentemente
de perturbações psíquicas. Enfim, podem também vir acompanhados, além das
obsessões de caráter variado, de idéias fixas, de impulsos criminais, de
dissociações e alterações da consciência ou da memória, manias, loucura em
todos os graus. Em suma, tudo isso, tende pura e simplesmente à desagregação da
individualidade humana, alcançando às vezes, como vimos, diferentes formas de
desequilíbrio mental e psíquico[11]. São registrados os seguintes transtornos
neuróticos : fóbico-ansiosos, transtornos de ansiedade, obsessivo-compulsivos,
reações de estresse e transtornos de ajustamento, transtornos
dissociativos, e outros, onde se incluem
neurastenia e despersonalização.[12]
Bem
entendido, devemos lembrar que, o que é Ativo age sobre o que é Passivo e
utiliza até a sua força. Ao abandonar-se passivamente a tais práticas,
suscetíveis a influência dos mais variados espíritos, acaba o indivíduo por
“entregar ao desconhecido tenebroso a direção de seu pensamento e tornam-se o
que é horrível e inteiramente contrário à ordem natural – alienados
voluntários,”[13] que os
torna rigorosamente incompatíveis com a via de uma iniciação real e efetiva.
[2] É uma ilusão produzida pela ação direta do Mau
Espírito sobre o pensamento do Médium, inspirando-lhe uma confiança cega.
[12] Guimarães, Deocleciano Torrieri
(org).Dicionário de Termos Médicos e de Enfermagem, ed. Rideel.
Você está certo, a prática da mediunidade pode ser uma coisa perigosa. Sou espírita Kardecista e medium. A mediunidade é uma característica de nascença, o seu exercício é uma escolha. Eu mesmo, não exerço a mediunidade por achar que minha mente fica confusa e suscetível a fantasias e esta foi a recomendação do Centro Espírita que eu frequentei. Me falaram assim, nem todo mundo que tem a mediunidade deve exerce-la, pois se isso afeta a sua lucidez deve ser evitada.
ResponderExcluirObrigado pelo seu depoimento Irmão, por sinal, bem elucidativo! Muita Paz!!!
ResponderExcluirExcelente explicação , agora entendo alguns casos que conheci e presenciei... há se eu tivesse tido conhecimento dessa explicação , poderia ter ajudado.
ResponderExcluirObrigado...
Obrigado pela visita e pelo comentário. Muita Paz!
ResponderExcluir