quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

RECONCILIANDO-SE COM A VIDA

 

                      RECONCILIANDO-SE COM A VIDA

                                                       Por Carmelo Ríos ***

Os Lamas tibetanos ensinam uma técnica aos moribundos que desejam prolongar a vida. Quando um santo Lama vê o momento de seu último suspiro se aproximando e precisa manter sua energia por mais algum tempo, a fim de terminar alguma missão ou transmitir um ensinamento aos seus discípulos, ele faz um acordo com a energia da vida, a força criativa e infinitamente compassiva do Cosmos.

                                                              


Para conseguir este prolongamento, o Lama liberta animais destinados aos sacrifícios ou realiza outros atos de compaixão para com a Mãe Natureza, como espalhar sementes pelos campos, salvar a vida de árvores, plantas, incluindo os pequenos seres, aparentemente insignificantes. E essa vibração expansiva e criativa da Mãe Vida concede-lhe o mérito de um tempo maior, além do estabelecido pelo seu prana, sua energia vital, e créditos energéticos suficientes lhe são concedidos para terminar seu trabalho sagrado.

 

Tudo é simbiótico, sinergético, holográfico e homeopático no Universo. O semelhante atrai o semelhante. O semelhante cura o semelhante. O semelhante redime o semelhante. Como no oceano, tudo retorna repetidamente às nossas vidas para ser curado, compreendido, perdoado ou redimido. Os naturopatas sabem que nos túmulos de pessoas que morrem de determinada doença, crescem com frequência e de forma espontânea (às vezes incomuns ou desconhecidas naquela região) plantas que curam ou aliviam essas mesmas doenças. Assim, nos jardins dos hospitais especializados em doenças do coração, do fígado ou dos rins, crescem as plantas medicinais adequadas para esse tipo de enfermidade.

                                                                 

 

A filosofia da agricultura biodinâmica de Rudolf Steiner ou do movimento de conservação “Chipko Movement Nature”, ou da medicina vibracional do Dr. Bach e qualquer outra forma de ecologia e até espiritualidade verdadeira, são baseadas neste princípio de similaridade homeopática ou reciprocidade. Se pouparmos a vida de um cordeiro inofencivo, um lobo, uma simples folha de grama ou qualquer outro ser vivo inocente, nos tornamos aliados de sua família vital. Na Índia, diz-se que até a mãe tigresa sente amor e protege seu filhote até que ele comece a se comportar como um adulto.

 

Portanto, tanto para sua própria mãe quanto para a Natureza, o felino adulto se torna um inimigo em potencial. Da mesma forma, os Mestres espirituais recomendam que nos comportemos simplesmente como um filhote de tigre. No momento em que nós, humanos, nos tornamos predadores, destruidores selvagens, a Energia da Vida, nomeada pelos sábios gregos de Gaia, também se torna nossa inimiga.

 

Intuitivamente, os grandes gênios, os grandes criadores de todas as idades, entraram, mesmo sem saber, em comunicação sutil com essa força criadora do Universo, a shakti divina do Hinduísmo.

 

Os Lamas recomendam a todo enfermo, como também a quem está passando por uma crise vital ou ainda por uma grande provação em sua vida, entrar em comunicação imediata com essa poderosa energia e, para isso, usar a linguagem secreta da Vida, ou seja: plantar árvores, soltar animais de matadouros, adotar um cão ou gato de um centro de proteção ou simplesmente espalhar sementes para alimentar pássaros, flores ou plantas medicinais em toda a Natureza. Tudo está sutilmente interligado, tudo flui por uma interação misteriosa, como uma música, em reciprocidade vital. Todos nós vivemos um através do outro. Tudo existe e É por meio do Todo e o Um inclui a multiplicidade.

 

Os luminosos pensamentos de amor, de amizade, de compaixão, de perdão, de harmonia, atraem para as nossas vidas o melhor desse Cosmos manifestado, porque o mundo que nos rodeia, o Universo em que existimos, vivemos e somos, é um reflexo de nossos pensamentos, uma criação de nossa própria consciência, uma projeção do estado de nossa mente.

 

Conta-se que o próprio Leonardo de Vinci, quando conseguia vender algumas de suas criações, muitas vezes ao preço de pão e lentilhas, corria ao mercado para comprar pássaros e libertá-los imediatamente. Talvez já soubesse que a Força da Vida olha com interesse para todos aqueles que a ajudam, protegem, amam e respeitam, e torna-se sua aliada incondicional em situações de crise?

 

O Mestre Philippe de Lyon costumava dizer que se encontrarmos um pedaço de pão na rua, em vez de empurrá-lo para fora do caminho, devemos pegá-lo e colocar com cuidado e carinho onde os pássaros, ou outros seres famintos, possam se alimentar. E que se salvarmos a vida de uma criatura inocente, uma aranha por exemplo, toda a família, toda a alma coletiva das aranhas passa a ser nossa aliada, nossa benfeitora, e se um dia nos perdermos na floresta, uma aranha, sutilmente, talvez nos mostre o caminho de volta para casa….

                                                          


 

*** Texto retirado e traduzido da página “Philippe de Lyon” administrada pelo Sr Carmelo Rios: https://www.facebook.com/Philippe-de-Lyon-171008656269653/

 

Bibliografía:

 

1. Alfred Hael: “El Maestro Philippe”. Ediciones Escuelas de Misterios, Barcelona.

 

2. Carmelo Rios: “Reflexiones desde la Luz”, Editorial Dilema.




 

 

 

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