RECONCILIANDO-SE
COM A VIDA
Por Carmelo Ríos ***
Os Lamas tibetanos ensinam uma técnica aos moribundos que desejam prolongar a vida. Quando um santo Lama vê o momento de seu último suspiro se aproximando e precisa manter sua energia por mais algum tempo, a fim de terminar alguma missão ou transmitir um ensinamento aos seus discípulos, ele faz um acordo com a energia da vida, a força criativa e infinitamente compassiva do Cosmos.
Para conseguir este prolongamento, o Lama liberta animais destinados aos sacrifícios ou realiza outros atos de compaixão para com a Mãe Natureza, como espalhar sementes pelos campos, salvar a vida de árvores, plantas, incluindo os pequenos seres, aparentemente insignificantes. E essa vibração expansiva e criativa da Mãe Vida concede-lhe o mérito de um tempo maior, além do estabelecido pelo seu prana, sua energia vital, e créditos energéticos suficientes lhe são concedidos para terminar seu trabalho sagrado.
Tudo é simbiótico,
sinergético, holográfico e homeopático no Universo. O semelhante atrai o
semelhante. O semelhante cura o semelhante. O semelhante redime o semelhante.
Como no oceano, tudo retorna repetidamente às nossas vidas para ser curado,
compreendido, perdoado ou redimido. Os naturopatas sabem que nos túmulos de
pessoas que morrem de determinada doença, crescem com frequência e de forma
espontânea (às vezes incomuns ou desconhecidas naquela região) plantas que
curam ou aliviam essas mesmas doenças. Assim, nos jardins dos hospitais
especializados em doenças do coração, do fígado ou dos rins, crescem as plantas
medicinais adequadas para esse tipo de enfermidade.
A filosofia da agricultura
biodinâmica de Rudolf Steiner ou do movimento de conservação “Chipko
Movement Nature”, ou da medicina vibracional do Dr. Bach e qualquer outra
forma de ecologia e até espiritualidade verdadeira, são baseadas neste
princípio de similaridade homeopática ou reciprocidade. Se pouparmos a vida de
um cordeiro inofencivo, um lobo, uma simples folha de grama ou qualquer outro
ser vivo inocente, nos tornamos aliados de sua família vital. Na Índia, diz-se
que até a mãe tigresa sente amor e protege seu filhote até que ele comece a se
comportar como um adulto.
Portanto, tanto para sua
própria mãe quanto para a Natureza, o felino adulto se torna um inimigo em
potencial. Da mesma forma, os Mestres espirituais recomendam que nos
comportemos simplesmente como um filhote de tigre. No momento em que nós,
humanos, nos tornamos predadores, destruidores selvagens, a Energia da Vida,
nomeada pelos sábios gregos de Gaia, também se torna nossa inimiga.
Intuitivamente, os grandes
gênios, os grandes criadores de todas as idades, entraram, mesmo sem saber, em
comunicação sutil com essa força criadora do Universo, a shakti divina do
Hinduísmo.
Os Lamas recomendam a todo
enfermo, como também a quem está passando por uma crise vital ou ainda por uma
grande provação em sua vida, entrar em comunicação imediata com essa poderosa
energia e, para isso, usar a linguagem secreta da Vida, ou seja: plantar
árvores, soltar animais de matadouros, adotar um cão ou gato de um centro de
proteção ou simplesmente espalhar sementes para alimentar pássaros, flores ou
plantas medicinais em toda a Natureza. Tudo está sutilmente interligado, tudo
flui por uma interação misteriosa, como uma música, em reciprocidade vital.
Todos nós vivemos um através do outro. Tudo existe e É por meio do Todo e o Um
inclui a multiplicidade.
Os luminosos pensamentos de
amor, de amizade, de compaixão, de perdão, de harmonia, atraem para as nossas
vidas o melhor desse Cosmos manifestado, porque o mundo que nos rodeia, o
Universo em que existimos, vivemos e somos, é um reflexo de nossos pensamentos,
uma criação de nossa própria consciência, uma projeção do estado de nossa
mente.
Conta-se que o próprio
Leonardo de Vinci, quando conseguia vender algumas de suas criações, muitas
vezes ao preço de pão e lentilhas, corria ao mercado para comprar pássaros e
libertá-los imediatamente. Talvez já soubesse que a Força da Vida olha com
interesse para todos aqueles que a ajudam, protegem, amam e respeitam, e
torna-se sua aliada incondicional em situações de crise?
O Mestre Philippe de Lyon
costumava dizer que se encontrarmos um pedaço de pão na rua, em vez de
empurrá-lo para fora do caminho, devemos pegá-lo e colocar com cuidado e
carinho onde os pássaros, ou outros seres famintos, possam se alimentar. E que
se salvarmos a vida de uma criatura inocente, uma aranha por exemplo, toda a
família, toda a alma coletiva das aranhas passa a ser nossa aliada, nossa
benfeitora, e se um dia nos perdermos na floresta, uma aranha, sutilmente,
talvez nos mostre o caminho de volta para casa….
*** Texto retirado e traduzido da página “Philippe de Lyon”
administrada pelo Sr Carmelo Rios: https://www.facebook.com/Philippe-de-Lyon-171008656269653/
Bibliografía:
1. Alfred Hael: “El Maestro Philippe”.
Ediciones Escuelas de Misterios, Barcelona.
2. Carmelo Rios: “Reflexiones desde la Luz”,
Editorial Dilema.
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